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18 Novembro, 2022
Da brecha cambial à seca: os CEOs da agricultura revelaram suas preocupações e desafios
Em seminário, dirigentes do setor apontaram a perda de competitividade, os custos e o impacto do fenômeno climático, que vai provocar, devido à menor produção, queda na receita de divisas.

Durante o Fórum Nacional de Agronegócios organizado pelo LIDE Argentina, CEOs de empresas como Los Grobo, Adecoagro, Goyaike e líderes do setor alertaram sobre as dificuldades enfrentadas pelo campo devido ao gap cambial, o impacto da seca e a falta de avanços em questões como como uma nova lei de sementes, entre outros. Além disso, como alertaram, a possibilidade de um novo dólar da soja paralisou o mercado, com as vendas do grão desacelerando.

O evento, que reúne as principais lideranças, especialistas públicos e privados do setor, foi realizado no Palácio Alvear. Lá eles falaram sobre o potencial da atividade, mas também, entre outros pontos, que “o aumento de custos é em dólares”. Para os executivos, isso faz com que eles andem "mais devagar" e percam competitividade.

No primeiro painel, formado por Christian Angio, CEO da Goyaike; Enrique Flaiban, CEO do Grupo Los Grobo; Ezequiel Garbers, country manager da Adecoagro; Agustín Dranovsky, CEO da Compañía de Tierras Sud Argentino, enfatizou que a agricultura “não produz dólares”, mas sim “soja, milho, produtos, alimentos” e que, devido ao problema da diferença cambial, “está comprometida com pagamentos a o Exterior".

“Estamos presos à lei de sementes e é ela que mais vai estimular a produção em 40%, 50%, 60%. Isso me parece fundamental porque estamos perdendo competitividade. Estamos perdendo uma grande oportunidade agora com isso”, disse Garbers, que considerou que é hora de investir e cuidar dos recursos naturais.

Conforme destacaram, a estiagem tem forte impacto no investimento e no capital de giro para produzir. "Toda vez que se enfrenta uma campanha, parece algo muito simples e não é bem assim", disse Flaiban, que falou sobre as demandas dos mercados mundiais. A propósito, frisou: “Não devemos esperar que venham mais investimentos estrangeiros, temos de ser protagonistas neste caminho, podemos fazê-lo, temos competitividade”.

“Vamos ver a comparação com o Brasil, onde eles estavam antes e onde estão agora na produção de commodities; eles nos superaram Não queremos nos reinventar o tempo todo, mas vamos olhar um pouco mais para trás. Temos que nos repensar daqui para frente, trabalhar em pesquisas com biológicos, parte de nossa equipe pensa na sustentabilidade da Los Grobo e da Argentina”, afirmou o CEO da Los Grobo.

Nesta linha, acrescentou que o sector, depois da seca, está a ver como funciona a curto prazo para atenuar esta circunstância. “A outra é como encarar o bruto [campanha], para qual safra seguir, soja ou milho dependendo do que estiver acontecendo em uma situação tão importante, onde a soja tem um diferencial importante, já que o Governo tem a necessidade de se tornar de dólares . A soja se tornou o ouro do campo por necessidade do governo”, destacou ao LA NACION. Além disso, destacou que primeiro será preciso ver qual será o resultado da campanha fina, do trigo e da cevada, já que os rendimentos foram afetados.

Falou dos problemas da inflação. “A inflação em dólares que estamos tendo está prejudicando muito a competitividade do setor. As margens continuam positivas, mas todo o aumento de custos em pesos está sendo corroído; É uma inflação muito alta em dólares, o que é preocupante”, afirmou.

Enquanto isso, ele sustentou que desde que começou a circular a possibilidade de um dólar soja II, toda a comercialização parou. “Eles resistem e esperam o máximo que podem e depois comercializam. Embora a soja seja exportada, o outro impacto é que o Banco Central está emitindo mais pesos para se apossar desses dólares, e isso acaba gerando inflação. O Governo está desvalorizando por camadas e setores”, explicou.

Em outro painel estiveram José Martins, presidente da Bolsa de Grãos de Buenos Aires; David Roggero, presidente da Aapresid, e Eduardo Borri, presidente da Câmara Argentina de Fabricantes de Máquinas Agrícolas (Cafma). Fizeram propostas, fizeram referências à tecnologia e até autocríticas foram ouvidas.

“Pensemos que não sabemos nos comunicar; o mundo exige coisas, temos uma lei parada no Congresso [do Conselho Agroindustrial Argentino (CAA)]. Hoje não chove investimentos, e não estamos aqui por acaso, o que se trata é ver como nos desconstruir, resolver e encarar essa oportunidade, e temos que ver a necessidade de um pacto consensual”, apontou Martins.

Enquanto isso, Borri indicou que o setor de máquinas "tem uma folha muito curta de produtos acabados". O empresário destacou que a seca teve um grande impacto naquele setor e que isso foi agravado pela ausência e aumento do custo do crédito. “Passamos de 30% na Expoagro, há sete meses, para 90% ou 120% em alguns casos para quem retém estoques de grãos. Não podemos controlar a seca, mas podemos discutir a questão das taxas de juros com o Governo, para poder traçar linhas específicas”, disse ao LA NACION.

“Temos 100% de inflação e 70% de desvalorização, o preço ao produtor está atrelado à desvalorização e não à inflação e ao preço das commodities. O Governo contratou um crédito para máquinas agrícolas de 500.000 milhões de pesos com 30 pontos de subsídio e permanecerá em 50%. É uma taxa legal para poder investir e os produtores poderão usar. Às vezes, com essa penalização do grão e a retenção do crédito, porque tem produtores que retêm o grão e não dão crédito, eles também estão nos penalizando. Isso é algo que tem que ser revisto, porque depois quem é punido somos nós que não conseguimos vender”, ampliou. A estiagem, segundo ele, já afetou os fabricantes de plantadeiras, onde as vendas caíram 70%. → lanacion.com.ar

Tradução automática do espanhol.

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